Estrelas magníficas, magnéticas, magnâmias. A íris se caleidoscopia, vira forma e flecha. Há tantas coisas que eu não sei com quais palavras descrever, como uma que descreva "tarde morna, nostálgica e preguiçosa das superquadras de Brasília" ou "caleidoscopia e vitralização do olhar", ou ainda "melancolia chopiniana".
Chopin me toca a alma. Ouço suas músicas como se seu som enternecedor me fizesse viajar para dentro de minhas emoções mais profundas, minhas lembranças mais longíquas, pensamentos mais absurdos, sonhos mais loucos e desejos mais latentes.
Sinto meu coração como um todo, cada dia mais próximo de mim... além da dor de sermos tão humanos. Sou capaz de voar com meu coração, porém minhas asas se partiram por causa de seu sorriso. ...As voltas de seu sorriso são cruelmente belas. Seu sorriso para mim agora é fugídio, e já nem posso mais lembrá-lo bem. Logo sua imagem desaparecerá de mim, e eu já não saberei mais se tudo passou de um sonho ou não.
Só restarão algumas músicas de Chopin e um sentimento difuso de que perdi alguma coisa.
...Por vezes sou extensamente repetitiva e redundante, eu sei. Mas é que os mesmos sentimentos voltam à tona, e surgem de novo da mesma forma, com as mesmas palavras, como num dé jà vu. Tenho tido insônia, pois à noite é quando os pensamentos mais borbulham em mim, como se tivessem sido aquecidos ao longo do dia, e então não posso conter a explosão. O coração é minha bomba-relógio, marcando o tempo, como o compasso de uma música. A música inebria minha alma - isso eu já disse um milhão de vezes. Mas não custa dizer outra vez, até esse sentimento se infiltrar dentro de mim.
Quero voar mais alto, presenciar o nascimento de uma flor, descobrir os mistérios da cor azul, reger um coro de passarinhos. Quero o amor na sua forma mais pura, real e verdadeira, como um sorriso de criança ou o cheiro de uma rosa. Quero acordar e poder renascer de novo, da maneira que eu quiser; livre, liberta.