"Todos os moralistas estão de acordo em que o remorso crônico é um sentimento dos mais indesejáveis. Se uma pessoa procedeu mal, arrependeu-se. faça as reparações que puder e trate de comportar-se melhor na próxima vez. Não deve, de modo nenhum, pôr-se a remoer suas más ações. Espojar-se na lama não é a melhor maneira de ficar limpo.
A arte possui também sua moralidade, e muitas das regras desta são iguais, ou pelo menos análogas, às de ética comum. O remorso, por exemplo, é tão indesejável com relação à nossa arte de má qualidade quanto com relação ao nosso mau comportamento. a má qualidade deve ser identificada, reconhecida e, se possível, evitada no futuro. Esmiuçar as deficiências literárias de vinte anos atrás, tentar remendar uma obra defeituosa para levá-la à perfeição que não teve em sua primeira forma, passar a nossa meia-idade procurando remediar os pecados artísticos cometidos e legados por aquela outra pessoa que éramos na juventude - tudo isso, certamente é vão e infrutífero. Eis por que este novo Admirável Mundo novo sai igual ao antigo.(...)"
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