All you need is love.

"A lua que eu mais gosto é a lua nova... e a crescente, porque lembra o sorriso do Cheshire Cat."
bacante boêmia vênus invisível veleia volátil e vil - em vão?

Black star dancing in the end of life.

Take these broken lights and learn to shine.

All your life, you were only waiting to this moment to be loved.

26 de agosto de 2012

Incidente incipiente

Ela era culpada. Do seu próprio sofrimento e do sofrimento alheio. Tinha culpa de ser inocente e de acordar ante as manhãs empassaradas com o cabelo despenteado, e de não captar o som das borboletas. Tinha vergonha de existir, e medo de que alguém a pisoteasse ou a olhasse torto por ser quem ela era. A vastidão do mundo a deixava extasiada. A vida era pungente. Talvez fosse louca, por não se adequar à maioria. Via donas conversando futilidades, com a voz feia e o cheiro de rotina e de vida desgastada. Será que a vida dela também não estava se passando em vão? Via árvores sem folhas, sentia o tempo seco, (não) lavava a louça. Conversava com meia dúzia de pessoas, via as paisagens e os sons cotidianos. Mas ante a imensidão do ínfimo, ela via poesia.

7 de agosto de 2012

A volta da menina que acordara sem vontade de dizer nada

 Enquanto suas vértebras se reverberavam madrugada adentro, ela sonhava. Com o amor platônico que sentou ao seu lado no ônibus, certa vez, há 3 anos atrás. Depois dele, nenhum amor foi igual. Ela desde então resplandecera em outros amores, mas nenhum conseguia captar aquela solidão tímida e ingênua do rapaz que sentara ao seu lado no ônibus na volta para casa. Por isso ela escrevia todos os dias tentando remontar a essa época, mas tudo parecia agora tão distante, ela já têm 19 anos, está na universidade, seu corpo já não esbanja mais a mesma saúde de antes. Ela bebe, para fugir da realidade. O tédio do cotidiano a impede de cantar e olhar estrelas. Então ela escreve, coisas estranhas, sem valor literário, só para reinventar sua realidade. Quem sabe. Um robô chegou à Marte, então ela com certeza iria conseguir reencontrar aquele rapaz, mas ele já não seria o mesmo, a vida já não era a mesma. É assim mesmo, os nossos sonhos envelhecem, como nós envelhecemos. Só a poesia não envelhece. Será mesmo?

Quero cantar

Quero cantar a canção mais linda
Tocar o âmago do ser de um passarinho
Cantar junto com Elis Regina, no céu
E desenhar miltons com miríades e sereias...
A tonalidade do som é minha sinestesia cósmica
Pra renascer mais pura

Paradigma

O que fazer em um dia chato, amanhecido com cheiro de nada? Talvez fazer brotar novas emoções no quintal da alma, ir a Marte amar-te, dançar com leveza até as estrelas... só pra disfarçar minha solidão, crio amores imaginários... e escrevo diários. Tento criar meu próprio mundo.